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AS LÁGRIMAS, DE ONDE VEM?

Por quantas vezes nos vemos chorando por uma emoção que não sabemos de onde vem. Quando a dor é física, é bem identificável. A dor que não sabemos, aparentemente, de onde vem. É desta dor que quero falar. É quando algo acontece e as lágrimas vem, não sabemos de onde nem por quê.

Dizemos que estamos com uma dor, mas não sabemos onde. As lagrimas correm soltas pela face, borbulhando de dentro de nós, das entranhas secretas onde depositamos muitas emoções.
De quem é esse choro? Seria do ego pela perda de algo? Seria da alma ou espírito? Alma por acaso avalia coisas na dualidade?

A dor da alma

Até hoje não encontrei alguém que me convencesse que alma sente dor, chora e sofre. “Ah, essa dor vem da alma!” Já ouvi muitos dizerem: ah, isso é a dor da alma ou isso é a alma se manifestando. Não acredito nisso. Ora, se a alma é o âmago, a parte mais forte, mais intacta, como pode sofrer e chorar? E se todas as dores vierem do ego?

As minhas tem vindo é dele, porque naquelas que pude ir fundo à busca da origem, havia uma perda ou menos valia. Ah, não! Mas as minhas dores são da alma, são fortíssimas. Meu ego não tem nada a haver com isso, diriam alguns. Ok, continue na ilusão, no autoengano. Isso não vai te curar. O ego odeia perder, onde dar é ficar com menos.

E ele chora, cria todos os tipos de argumentos para tentar dar a volta por cima, nada mais egóico, porque as atitudes assim serão. A alma, divina, não se ligará a perdas, “gastando” energia naquilo que é impermanente. Já sabe que tudo é finito. Já aceita ao nível do corpo, enquanto hospede.

Quando isso acontece comigo, corro à identificação da origem para sair do processo. Quando não é de origem física, está associada a perdas. Geralmente vem junto a bendita lamentação. Já repararam? Nos fazemos de menores. Para quê? Para termos dó de nós mesmos, para continuarmos no colo do ego e na lamentação para que esse grande e fantasioso artista continue a nos controlar.

o choro do ego

O choro do Ego

E quem em nós perde? Em todas as perdas, quaisquer que sejam, é o ego que chora, pois só o ego avalia. Alguma vez ouvimos, passamos a acreditar e saímos divulgado como se isso fosse a verdade. Já testou em você antes? Se não o fez, que validade tem? Esse bendito ego é capaz de até se utilizar do materialismo espiritual para se sentir superior: “tenho x alunos ou perdi y seguidores. Meu grupo de estudo tem x pessoas”.

Só o ego sofre por que sofrer é imaginar deixar de ter, é perder. O ego está associado ao corpo. Sofremos mais ou menos na proporção do apego que temos às crenças, as perdas daquilo que nos sentimos proprietários ou ao que perdemos por termos nos separado.

Essa é a grande questão humana: a separação. Largamos o divino em nós ligado a tudo e passamos atuar como seres separados. Enfraquecidos devido à ideia enganosa da separação, nos fechamos e disputamos tudo como forma de proteção. Daí a dor da perda. Obvio que é do ego.

Tudo o que foi criado morrerá um dia, assim como nosso corpo. O que já vem dentro de nossa energia, que corre por mim, não morre, precisa apenas ser redescoberta. A iluminação, por exemplo, ela não morre, já viemos com ela.

Só precisamos redescobri-la. O que fazemos para isso? Como seriamos se encontrássemos e agíssemos na qualidade que ela representa? O que seriamos nós se todos fossem bondosos e compassivos?

A esperança não concretizada

Por que choramos nas decepções ou ficamos com muita raiva? A decepção vem devido à esperança não concretizada, de que algo que não aconteceu ou não cumpriu o que esperava, não cumpriu o prometido. Se tivesse recebido, soa como ganho. Se não recebeu, soa como perda e pode vir frustração a depender do grau de expectativas.

Busque, nestes momentos em que as lagrimas vieram ou nos de raiva, a origem. Avalie e decida. Veja se não houve uma “perda”, que é qualidade de valor. Se aceitarmos que tudo será “perdido” na morte, o sofrimento será reduzido ou eliminado. Isso não significa que tenderemos de deixar de ter desejos. Não, mas é bom saber que um dia tudo o que temos não estará mais em nossas mãos.

Aprender a viver no presente

Somos seres emocionais. É importante entender e administrar o conteúdo da emoção, o seu real valor e para que serve. Vamos poder nos compreender melhor e identificar se a dor vem do ego. Se o ego é uma ideia, uma criação, uma ilusão, como pode a dor ser real? Imaginar que a alma sofre é o mesmo que imaginar que o Espírito Santo, o Chi ou o Qui sofrem, fazem avaliações, tem parâmetros do que é bom ou do que é ruim. Aprender a viver e decidir no presente, sem futuro nem passado.

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