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A ILUSÃO DOS PAGAMENTOS EM ” X ” VEZES SEM JUROS

É sabido que a educação financeira tem sido para pouquíssimas pessoas. Deveria ser matéria obrigatória nas escolas e universidades, principalmente sobre finanças comportamentais, ou seja, como a pessoa se comporta diante do risco.

Questões básicas devem ser conhecidas por todos: o valor do dinheiro no tempo, o aluguel do dinheiro(juros) e a inflação — um deteriorador do poder de compra das pessoas.

O dinheiro, energia monetária, vale mais hoje do que no futuro, uma regra. Se alguém aluga uma propriedade, uma casa, por exemplo, precisa pagar ao proprietário um valor pelo direito de uso, até o termino do prazo preestabelecido. Se trocar a casa pelo dinheiro, é a mesma coisa.

O dono do dinheiro, representado pelo banco, empresta os recursos, mas quer receber um aluguel pelo uso dele. Isso é juros, para cobrir este “aluguel”, a taxa da inflação e o risco de emprestá-lo. Quanto maior o risco, maiores os juros e a garantia.

É sabido que o Brasil temas maiores taxas de juros para financiamento, principalmente via cartões de crédito. Os lucros dos cartões são absurdamente alto, haja visto as demonstrações financeiras destas instituições.

O que estamos vendo hoje, de uma forma quase compulsória, é estória do X vezes sem juros. Isso não é verdade. Ha uma parcela exorbitante de juros embutida nos preços dos produtos. Não ha nada de graça. O povo, ilusoriamente e achando que está tirando vantagem, embarca e paga uma das maiores taxas de juros do mundo.

Na classe média e baixa, isso significa que parte destes juros poderiam estar sendo usadas para novas compras e não direcionadas apenas para o setor financeiro. O pior desta situação é que se o cliente quiser ter a opção de pagar a vista, até pode, mas sem desconto.

Mas como? Se o cliente quer pagar a vista, sem o financiamento quase obrigatório do cartão, em conivência com a loja, por que não haver um desconto proporcional a prazo de pagamento? Além disso, naquela operação, o vendedor deixará de pagar a comissão devida ao cartão, o que não é pouco.

Nesta operação, ganham: o banco do cartão, o cartão de crédito, o lojista e o governo, porque arrecada mais imposto. Quem perde: o consumidor.
Aqui se verifica a incoerência: que tem o poder de compra é o cliente. Quem paga as contas dos produtores e lojistas é o cliente.

Quem paga os lucros dos produtores, também é o cliente. Ele paga tudo. Mesmo assim poderia usar o seu poder de dizer: nestas condições, não compro. Questione, explique. Por que não?

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