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Qual deve ser o foco das organizações?

A grande maioria diria que é o cliente e seu respectivo mercado ou o que simboliza a marca. Estaria o crescimento sustentável incluído além destes propósitos? É bem verdade que o molho organizacional hoje é a competitividade. Busca-se ser competitivo. São dois caminhos: ou a empresa cresce, ou há uma grande probabilidade dela vegetar e morrer, o que é natural, considerando a organização como uma comunidade viva e que deve, preferencialmente, ser administrada pelo contínuo diálogo entre os colaboradores.

Entretanto, ela pode existir pela eternidade se o que gera a sua vida for mantido, renovado ou transformado. A pergunta é: o que gera a vida da organização? O que a mantém pulsante? Qual é o seu “oxigênio”? Luta-se para conseguir manter-se e crescer no mercado, vencer a competição contra um concorrente, continuar com os atuais clientes, ganhar uma licitação e ainda assim ter como sócio o governo seguindo as regras do jogo.

No fundo, novos clientes que vão gerar novos fluxos de caixa. Ganhar, lutar, vencer, competir. Palavras que parecem até uma guerra, mas isso não precisa necessariamente ser encarado desta forma. Os caminhos devem ser fluidos. Temos visto até parcerias entre concorrentes objetivando ganhos de escala nas aquisições de matérias-primas ou produtos para atender uma determinada linha de montagem.

Ainda veremos atitudes empresariais que nos deixarão surpresos, sendo que a intenção é de se manterem competitivos e atenderem aos desejos do cliente. As empresas se juntam em parcerias estratégicas a favor delas mesmas e do cliente. Se o cliente é o soberano, como seria o resultado das organizações se os clientes se juntassem para obter o mesmo ganho de escala? Será que o cliente sabe realmente o poder que tem?

Mentes e Atitudes: O Segredo das Organizações

Em todos os casos estamos lidando com pessoas cujas atitudes estão baseadas no seu referencial interno, naquilo que acreditam. As organizações precisam muito mais das pessoas do que estas das organizações. Maquinas trabalham seguindo ordens, mas não criam. O ser humano cria as maquinas, os softwares, os processos, as estratégias, os resultados e levam as organizações a atingir o seu propósito. Cria tudo. Do melhor ao pior. Da guerra ao amor. Da competição à cooperação.

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A competitividade privilegia o talento que também precisa do seu foco pessoal e que tenha um pensamento sistêmico. Sem talento não há competitividade. Investimentos realizados nos colaboradores que tenham foco pessoal e usem seu dom, capacidades e habilidades em prol da criatividade e dos propósitos da organização, soam como doses de vitaminas poderosas no corpo para manter-se, crescer e usufruir do ambiente. A mente das pessoas é o oxigênio das organizações.

São as atitudes, influenciadas ou não pelo reflexo de um mundo não linear e complexo, que geram decisões, que darão a vida ou morte das organizações. Como disse Einstein,“ não há separação entre a mente e a matéria”, o que significa a importância da consciência de cada um de nós nas atitudes que gerarão efeitos.

Nossa consciência molda nossa realidade.

Que efeitos estamos vivendo por conta de nossas atitudes? Por isso não há nenhum processo de transformação pessoal ou organizacional que não parta primeiro do interior de cada um. É a consciência que cria a realidade. Se mudamos em nós, mudamos o que percebemos e fazemos. Basta olhar ao redor sem esquecer de sentir como você também está.

Parece-me que as capacidades e habilidades individuais, que fazem os resultados do time, podem gerar qualidade de produtos competitivos e resultados da organização. O foco deve ser centrado nas pessoas, nos talentos, na liberdade de criar e inovar, no uso da intuição, na informação abundante.

Fazendo pontes e não muros, nos relacionamentos verdadeiros, na expansão da consciência e em permitir, com coragem, a criação de um ambiente fluido onde as pessoas possam ser ouvidas e se manifestarem como elas realmente são, alinhadas a identidade e propósitos pessoais e da organização. O oxigênio das organizações está nas mentes e nos relacionamentos numa enorme rede invisível. Se a vida está no invisível, qual deve ser o foco do líder?

Artigo publicado na Gazeta Mercantil de 06 de maio de 2002

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